sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Vermes Achatados e Cilindricos

Platelmintos

Características Gerais
Os platelmintos, também conhecidos popularmente como vermes, são animais pertencentes ao filo Platyhelminthes, reino Animália e subreino Metazoa. O corpo dos platelmintos é achatado, pois não possuem sistemas respiratório e circulatório. Vivem em locais úmidos e, algumas espécies, parasitam animais (principalmente mamíferos).


Ocorre de forma intra e extracelular. O sistema é incompleto, apresentando apenas uma abertura em todo sistema. Possuem boca, faringe e intestino.

Sistema nervoso

Possuem sistema nervoso central formado por um anel. Possuem filetes nervosos que percorrem o corpo todo através de ramificações.
Sistema excretor
A excreção é realizada através das células-flama (protonefrídios), que realizam a excreção para a superfície do corpo. Os platelmintos secretam amônia.

Sistema respiratório

Não possuem sistema respiratório. Nos platelmintos de vida livre as trocas são feitas por difusão. Já nos parasitas ela é feita de forma anaeróbica, ou seja, não utiliza oxigênio.

Sistema circulatório

Também não possuem sistema circulatório. Os alimentos são distribuídos pelo corpo através das ramificações do sistema digestivo.

Sistema reprodutor

A reprodução varia de acordo com a espécie. Muitos platelmintos são hermafroditas. Alguns se reproduzem por partenogênese (desenvolvimento do embrião sem fecundação, de forma assexuada). As planárias podem se reproduzir por fissão (ruptura de um pedaço do corpo gerando outro) ou, até mesmo, de forma sexuada .
Principais doenças provocadas por platelmintos
- Taenia Solium provoca no ser humano a teníase e a cisticercose.
- Esquistossomo provoca a esquistossomose.
- Tremátodes provocam doenças no sangue e no fígado.

Nematelmintos

Os nemaltelmintos eram tratados antigamente como uma classe dentro de filo maior, denominado Aschelminthes. Atualmente não se consideram mais os asquelmintos como um filo verdadeiro, mas apenas um termo genérico sem valor científico. Os nematelmintos possuem corpo cilíndrico, recoberto por uma cutícula resistente, com simetria bilateral. Numerosas espécies apresentam vida livre, porém muitas são parasitas de plantas e animais.
Os nematóideos possuem dois nervos (dorsal e ventral) longitudinais que correm o corpo do animal. Não há sistema circulatório ou respiratório. Possuem sistema digestivo completo e digestão extracelular. A respiração é anaeróbica. Todos apresentam sexos separados.
Algumas espécies parasitam o ser humano: Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Enterobius vermiculares, Ancylostoma duodenale , por exemplo.

Ascaris lumbricoides

Ascaris lumbricoides ou lombriga, como é conhecida popularmente, é um verme de 15 a 20 centímetros de comprimento, parasita do intestino humano. Apresenta dimorfismo sexual (macho diferente das fêmeas), sendo que o macho é menor e possui a extremidade posterior do corpo em forma de gancho como podemos ver na figura abaixo:
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A lombriga quando adulta vive no intestino humano, onde deposita seus ovos, que são eliminados com as fezes do hospedeiro. Mais tarde esses ovos vão se desenvolver contaminando o solo e as águas dos rios. Esses causam diferentes doenças que atacam diversas partes do corpo humano, podendo levar até mesmo à morte.

Transmissão
Esse verme pode ser pego de várias maneiras como por exemplo, em instalações sanitárias inadequadas. As fezes são liberadas podendo contaminar a água, o solo e conseqüentemente a vegetação. Assim, ao se comer o vegetal contaminado, os ovos podem chegar ao tubo digestivo. Em cada ovo desenvolve-se uma larva que perfura a parede do intestino, atingindo os vasos sangüíneos.

Sintomas
As larvas da lombriga podem trazer graves problemas respiratórios, coceira no nariz e na garganta (3). Já o verme quando adulto causa outras doenças como vômitos, cólicas e convulsões (4). Mas, quando o número de vermes é grande, leva à obstrução intestinal, podendo causar a morte. Nas crianças, às vezes, também aparecem outros sintomas como a asfixia, pois se acumulam na laringe e na faringe, durante o excesso de vômitos.

Profilaxia

Esses vermes são transmissíveis através das fezes depositadas no solo e nas águas dos rios, contaminando assim o alimento plantado naquele local. Logo, a pessoa que ingere esse alimento fica contaminada. Para evitar essa contaminação é preciso ter, principalmente, Saneamento Básico, condições sanitárias adequadas, pois assim as fezes não irão contaminar o meio ambiente. Ao se alimentar, deve-se lavar muito bem os alimentos que serão ingeridos crus. As verduras cruas devem ser bem desinfetadas ou, se possível, cozidas.

Ancylostoma duodenale

Ancilóstomo. Seu nome científico é Ancylostoma duodenale. Esse verme possui aproximadamente 15 milímetros de comprimento. Alimenta-se do sangue da parede do intestino humano, ali permanecendo fixo.
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Acima a figura mostra os ganchos da cavidade bucal com os quais o verme se prende à parede do intestino e ao lado o ovo com o embrião.

Sintomas

Ao contrair Amarelão ou Ancilostomose, a pessoa contaminada se enfraquece e pode ter anemia, pois ocorre hemorragia nas feridas da parede intestinal.

Transmissão

As fêmeas do ancilóstomo depositam seus ovos no intestin
o humano. Ao saírem com as fezes, podem cair em solos úmidos. Esses ovos dão origem a larvas microscópicas, que se fixam na terra. As larvas, ao entrarem em contato com a pele humana, penetram no organismo. Pela circulação, vão para o intestino humano, onde atingem a fase adulta e podem se reproduzir, dando origem a doenças como ancilostomose ou amarelão, como podemos ver abaixo:

Ciclo do Amarelão

Esses vermes são encontrados especialmente nas areias úmidas e em poças d'água.
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Profilaxia

Precisamos ter alguns cuidados básicos como:
  • Não devemos jogar fezes no meio ambiente, pois assim podemos contaminá-lo.
  • Devemos ter Saneamento Básico, desviando as fezes para locais específicos, para não contaminar o ambiente.
  • Evitar o contato da pele humana com terra suja ou que possa estar contaminada. Usar calçados ajuda a prevenir a contaminação desses vermes.
Doenças causadas por vermes
Ciclo da vida do verme da esquistossomose

A Esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, ou mal do caramujo é uma importante doença no brasil, devido ao número de vítimas.Segundo a Fundação Nacional de Saúde, estima-se que haja 200 milhões de pessoas infectadas no mundo, enquanto outros 600 milhões encontram-se sob risco de contrair a doença. No Brasil a esquistossomose está presente em 19 estados, dentre eles São Paulo, e existem aproximadamente 26 milhões de brasileiros expostos ao risco de contaminação.  
A esquistossomose é causada pelo Schistosoma mansoni , verme achatado do grupo dos trematódeos. O corpo, de cor esbranquiçada, não possui divisões, epiderme ou cílios externos, e é recoberto por um tipo de cutícula. Possui uma ventosa oral e outra ventral; podem medir de 1,0 a 1,5 cm, sendo a fêmea maior e um pouco mais escura que o macho.
O ovo de S. mansoni mede 150 micrômetros de comprimento por 60 micrômetros de largura (1 micrômetro corresponde a uma das partes resultantes de um milímetro dividido em 1000). Visto ao microscópio óptico, o ovo pode ser reconhecido pela presença de um espículo , espécie de pequeno espinho, voltado para trás.
As fêmeas de S. mansoni põem os ovos na parede de pequenos vasos sanguíneos. Eles permanecem nesse local por cerca de uma semana, até que as larvas, presentes no seu interior, alcancem um determinado estágio de desenvolvimento, quando, finalmente, são liberados juntamente com as fezes, indo contaminar o ambiente. Assim, se essas fezes forem deixadas perto   ou dentro de um manancial de água doce, parada ou com pouca correnteza, elas irão contaminar a água com os ovos de S. mansoni , que eclodirão dando origem a larvas denominadas de miracídios. Se nesses mananciais houver determinadas espécies de caramujos os miracídeos irão infectá-los. Só depois de passar pelo caramujo e se transformar em outro tipo de larva, a cercaria , é que o S. mansoni terá capacidade para penetrar no corpo humano. Os principais caramujos que servem como hospedeiros intermediários são do gênero Biomphalaria , cuja principal característica é a concha de cor marrom acinzentada e achatada nas laterais.
Depois de trinta dias, aproximadamente, o caramujo infectado liberará, na água onde vive, cerca de 100 a 300 mil cercárias , que ficam nadando e que podem penetrar em vários organismos, como aves e outros mamíferos, mas só continuarão o seu ciclo de vida se infectarem o Homem. Nele, a penetração das cercarias ocorre através das mucosas e da pele, principalmente da pele dos pés e das pernas, por serem as áreas do corpo que mais se expõem ao contato com a água. Ao penetrar através da pele as cercárias provocam sintomas como sensação de comichão (coceira), inchaço local, vermelhidão e dor. Se essas larvas estiverem na água a ser bebida elas penetrarão pela mucosa da boca,   desenvolvendo-se normalmente, ou irão para o estômago, onde o suco gástrico provocará a destruição de todas elas.
Depois de penetrar através da pele, as cercarias migram pelo tecido até alcançar um vaso sangüíneo. Desse modo, elas são levadas junto com o sangue até os pulmões podendo causar febre, mau estar, tosse, dores musculares, dores abdominais e hepatite. Dos pulmões, juntamente com o sangue, elas alcançarão os vasos sanguíneos do fígado, podendo causar febre e aumento do abdômen devido ao acúmulo de água, razão da doença ser conhecida também como barriga d'água. No fígado essas larvas alimentar-se-ão e transformar-se-ão em adultos fêmea e macho. Depois de se acasalarem as fêmeas darão origem a ovos que serão depositados, principalmente na parede dos vasos que irrigam o intestino. Na maioria das vezes, esses ovos desenvolver-se-ão e serão liberados juntamente com as fezes, contaminando o ambiente. Ao atingirem a luz do intestino, local onde as fezes são formadas, eles podem causar hemorragias e inchaço. No entanto, há casos nos quais os ovos não são levados à luz intestinal e sim ao fígado, onde causam graves alterações, como a necrose, que é a morte de células, que são substituídas por um tecido mais rígido, fibroso, e que não realiza as funções próprias do tecido hepático.
Os locais mais freqüentes para contaminação por esses ovos são valas de irrigação de hortas, açudes, pequenos córregos, onde geralmente se lava roupa, e reservatórios de água.

Teníase e Cisticercose

O que é teníase?

A teníase é resultado da presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata no intestino delgado do homem.
É uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência (gases), diarréia ou constipação.
Quando o parasita permanece no intestino, o parasitismo pode ser considerado benigno.
Excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por haver penetração do parasita em locais como o apêndice cecal (parte do intestino que costuma ser operada quando há "apendicite"), colédoco (ducto que drena secreção do fígado para o intestino), ducto pancreático (ducto que drena secreção do pâncreas para o intestino) devido ao crescimento exagerado do parasita nestes locais, o que pode ocasionar obstrução.
Em alguns casos, pode provocar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças e baixa produtividade no adulto.
A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea de proglotes (parte do corpo do verme que contém ovos) nas fezes.

O que é cisticercose?

A cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos humanos.
As manifestações clínicas dependem da localização e do número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro (é assim que costumam ser chamas as pessoas que "hospedam" o verme).
As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e apresentam sintomas neuro-psíquicos (convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intracraniana) e oculares.

Quem é o agente causador?

A Taenia solium é a tênia da carne de porco e a Taenia saginata é a da carne bovina. Esses dois cestódeos na forma adulta causam doença intestinal (teníase). São os ovos da Taenia solium que causam a cisticercose ao serem ingeridos.
A tênia é conhecida popularmente como solitária.

Como se transmite?

A teníase é adquirida através da ingestão de carne de boi ou de porco mal cozida, que contém as larvas.
Quando o homem ingere os ovos da Taenia solium, provenientes de verduras e legumes mal lavados ou higiene inadequada, adquire a cisticercose.

Tempo até os primeiros sintomas

O tempo para o aparecimento da cisticercose humana varia de 15 dias a anos após a infecção.
Para a teníase, cerca de três meses após a ingestão da larva, o parasita adulto já pode ser encontrado no intestino delgado humano.

Tem algum risco?

Relativos à teníase:
Obstrução de apêndice
Colédoco ou ducto pancreático
Relativos à cisticercose:
Problemas visuais
Neurológicos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de teníase geralmente é feito através da observação de proglotes (partes do verme) nas fezes ou pela presença de ovos no exame de fezes.
O diagnóstico da neurocisticercose se faz através de exames de imagem (Raio X, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de cisticercos calcificados).

Como se trata?

É importante ficar bem claro que as medicações utilizadas devem ser receitadas por um médico que acompanhe o paciente.
O hábito de tomar remédios para vermes por conta própria não é adequado.
Como todos os remédios essas medicações não são isentas de efeitos colaterais, o que pode trazer sérios problemas à saúde.
Com o acompanhamento, o médico poderá receitar a droga mais indicada para o caso e acompanhar os possíveis efeitos colaterais.

Como evitar?

Através de medidas básicas de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e após ir ao banheiro, com o cozimento adequado da carne de boi e de porco e a correta lavagem de verduras e legumes.


Necator americanus

É um dos nematódeos causadores da ancilostomose.
Seu tamanho adulto varia de 0,8 a 1,3 cm.
O Necator americanus apresenta lâminas na cápsula bucal e o macho possui bolsa copuladora na região posterior.
Quando eliminados nas fezes, são avermelhados por causa da hematofagia e histiofagia que fazem no trato gastrointestinal do hospedeiro.

Os ovos

(1) são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A larva rabditóide
(2) leva por volta de uma semana para tornar-se filarióide
(3) A infecção mais comum é por penetração da larva pela pele humana, mas pode ocorrer penetração por mucosas (boca). A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). O local preferencial de instalação no intestino é no final do duodeno, mas ocasionalmente pode atingir o íleo ou ceco (em infecções maciças) onde torna-se adulto
(4) O período pré-patente varia de cinco a sete semanas.
A penetração da larva causa dermatite, que pode variar de intensidade.
Nos pulmões pode haver bronquite/alveolite.
O intestino é acometido pela hisitiofagia e hematofagia dos parasitos, através das quais se alimenta.
Podem também se formar úlceras intestinais, anemia e hipoproteinemia.
Uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preventivas.

Ancilostomose

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde relativos a 2002, 1,3 bilhão de pessoas no planeta (sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais) estão infectadas pelo ancilostoma e 65 mil morrem devido à anemia associada à doença.
Popularmente conhecida como amarelão, a enfermidade tornou-se célebre graças a Monteiro Lobato, quando este criou o personagem Jeca Tatu - caipira considerado por todos preguiçoso e idiota, mas que ao se descobrir doente de amarelão, trata-se, cura-se e torna-se fazendeiro rico.
A ancilostomose é causada por três tipos de vermes:
O Necator americanus e outros dois do gênero Ancylostoma
O A. duodenalis
O A. ceylanicum.
As espécies se diferenciam pelas estruturas formadas por quitina (mesma substância das conchas dos caracóis), semelhantes a dentes.
A fêmea, de acordo com a espécie, põe entre quatro e 30 mil ovos por dia. Esses ovos são liberados nas fezes, se as condições climáticas forem propícias, eclodem e entre cinco e dez dias tornam-se larvas infectantes.
A infecção ocorre quando a larva atravessa a pele do indivíduo por meio do contato direto com solo contaminado (por exemplo, ao se andar descalço na terra).
De ciclo complexo, o verme se estabelece no intestino delgado, onde prende seus "dentes" na parede intestinal e passa a sugar o sangue de sua vítima.
O parasito também pode ser ingerido com água ou alimentos contaminados, o que facilita o seu ciclo.
Dependendo da quantidade de vermes, o infectado pode ou não desenvolver a doença. Esta é detectada quando o sangue perdido devido à infecção começa a interferir na vida do enfermo.
Os primeiros sintomas são a palidez (o que caracteriza o nome popular de amarelão), desânimo, dificuldade de raciocínio, cansaço e fraqueza.
Tudo causado pela falta de ferro (anemia) no organismo.
Com o tempo, a situação pode progredir e se agravar, aparecendo dores musculares, abdominais e de cabeça, hipertensão, sopro cardíaco, tonturas e ausência das menstruações nas mulheres.
A ancilostomose é particularmente perigosa para as grávidas, pois pode afetar o desenvolvimento do feto, e para as crianças, retardando (por vezes de modo irreversível) seu desenvolvimento mental e físico.
Boca de um Ancylostoma duodenalis com seus quatro
Boca de um Ancylostoma duodenalis com seus quatro "dentes" (estruturas em forma triangular)
Muito dificilmente a ancilostomose é fatal. Para tratá-la, basta a administração de remédios. No entanto, o tralta, lavar bem e com água potável frutas, verduras e legumes e beber somente água tratada.atamento não torna o paciente imune à doença, conseqüentemente, uma vez curado, se este entrar em contato novamente com as larvas da ancilostomose, voltará a infectar-se.
A melhor maneira de evitar a ancilostomose se dá por meio de medidas sanitárias e de educação, tais como construir redes de saneamento básico, evitar contato direto com solos onde a incidência da doença é

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